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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ato #ForaDerosso dia 28/09/11 Curitiba

O post de hoje (por mais que o título indique) não vai falar sobre o Ato contra corrupção que aconteceu aqui em Curitiba na quarta-feira, mas sim sobre a reação das pessoas.

Por que? Porque fiquei "chocada". Pois é, chocada com a reação das pessoas.

Estavamos (falo estavamos por que além de alguns militantes de partidos políticos, entidades do movimento sindical e estudantil, havia cerca de uns 300 estudantes) na Praça Santos Andrade nos concentrando para o início do ato. Os estudantes entoavam "gritos de guerra" e eu e mais alguns gatos pingados distribuíamos panfletos com informações sobre a manifestação e sobre o delito do presidente da câmara dos vereadores de Curitiba.

NOTA: Não se controla estudantes secundaristas, nem muito menos os poucos estudantes de ensino superior que se encontravam em meio a massa. Alías não se controla a massa. Portanto entre frases bem boladas como "Derosso larga esse osso", "A solução é a cassação" (e outros mais longos que não vou lembrar). Vira e mexe saía um "Derosso filha da puta".

A partir disso começam as revoltas.
Primeira revolta (completamente justificável pelos hormônios): Acho que em qualquer tipo de manifestação, fazer uso de palavrões e palavras de baixo escalão em geral, desqualificam e impedem que crie uma empatia com a população em geral.
Como durante um ato onde se critica a postura "errada" de uma pessoa, se usa de uma postura "incorreta"? Deu pra entender meu raciocínio? Vamos a um exemplo.
Constatação: Estava eu entregando panfletos e assim que os gritos de guerra utilizavam palavrões os transeuntes que por ali passavam não aceitavam os panfletos e se possível desviavam o caminho.

Segunda revolta: Toda vez que entrego panfletos na rua tomo o cuidado de sempre falar um cumprimento e uma frase curta sobre o que é o panfleto, ou seja, eu dizia: "Bom dia! Ato contra a corrupção".
E a maioria das pessoas diziam: "Não obrigada".
Dae penso comigo, será que é "Não obrigada hoje eu não quero combater a corrupção", ou "Não obrigada eu to pouco me fodendo pra isso", ou pior "Corrupção o que?!?!".
Triste, muito triste.

35 milhões de reais foram "roubados" através de projetos sem licitação que foram para os bolsos da esposa do Derosso, dinheiro que poderia ter sido investido em educação e saúde e as pessoas simplesmente não estão nem aí.

Terceira revolta: Essa eu gostaria muito de dizer, mas infelizmente se expressá-la publicamente meus honorários correm risco de serem extinguidos. Então fica pra imaginação alheia adivinhar.

Quarta revolta: Não poder falar tudo que realmente penso, e não é só sobre esse ato.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Autocrítica

Por causa da denúncia feita de Nartagman (Belo Horizonte - MG) ter sido preso por estrupro de vulnerável, e sendo membro do Partido dos Trabalhadores teve apenas seu afastamento e não a expulsão como prega o Código de ética do partido.

Fiquei pensando... Para além do crime, mas para a questão ética. Para a ética que deveria estar internalizada, ou melhor, deveria ser inata a todos os seres humanos.

Mas pensando no assunto, lembro das aulas de psicologia da faculdade e do não adorado professor falar dos mitos brasileiros como o mito "de se levar vantagem", conhecida também como lei de Gérson (leia mais aqui). Onde acredita-se que se deve levar vantagem em todas as situações independente de princípios éticos e morais. E que por mais que pareça piada, esta propaganda (sim era uma propaganda de TV), influenciou e adentrou não só no imaginário, mas na vida de muitos de nós brasileiros. E digo mais (hehe) posívelmente adentrou na nossa memória genética.

E por que digo isso? Pelo simples fato de que percebo em mim atitudes que eu mesmo condeno. E vivo a me "policiar" (que termo horrível, um dia descubro outro), para não cometê-los. E é por isso que a notícia me deixa em choque, não apenas pela atitude do partido, ou do senhor que cometeu o crime, mas por saber que estamos susceptíveis a cometer erros.

OK OK errar é humano. Mas o que estou tentando dizer neste post (que agora até para mim está confuso) é que: Será que (agora relembrando o segundo grau) o meio não influência?
Será que se tivéssemos mais exemplos do certo e correto, não seria mais fácil tomarmos atitudes mais "nobres"? (isso é outro termo péssimo pensando em toda construção social, mas um dia descubro outro).

E dae lembro do comentário do Sérgio Bertoni sobre a notícia e concordo. Essa mídia que temos hoje só nos atrasa, desinforma e emburrece. Pois é ela que dia após dia reafirma, e insiste em julgar, culpar, acusar e nos mostrar que somos pobres, infelizes e errôneos.

Querido leitor conte nos dedos. Quantas notícias ruins tem em um noticiário? E quantas vezes algum projeto que realmente fez bem a população, uma boa ação, uma ong que esteja fazendo a diferença entre outras notícias que podemos considerar "boas", são noticiadas???

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sobre o marco regulatório das comunicações

A primeira vez que ouvi sobre a proposta de criação de um marco regulatório das comunicações, imaginei que fosse uma forma de censura às mais diversas formas de comunicação. Mas depois lendo textos (e mais textos) sobre, entendi o propósito e concordo com a proposta.

Entre tantas propostas do marco, algumas são:
- Contra a propriedade cruzada dos meios, que está implícita no parágrafo 5º do artigo 220 da constituição, que diz que nos meios de comunicação não pode ter nenhum oligopólio nem monopólio. Que não é a realidade de hoje onde os meios de comunicação são dominados por poucos.
- Que políticos não sejam detentores de concessões. Que também não acontece, e para quem quiser entender mais assista ao documentário - Além do cidadão Kane.

Aqui tem um trecho da entrevista de Valério Cruz Brittos (Formado em Direito pela UF Pelotas; em Jornalismo pela PUC Pelotas com especialização em Ciências Políticas; Mestre em Comunicação pela PUCRS e Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea pela UFBA) sobre o marco.

"Isto passa por ação e subversão. A ação é o avanço imediato rumo à definição de um marco regulatório convergente e democrático, tendo por base os debates da Conferência Nacional de Comunicação , estudos acadêmicos e reuniões promovidas por órgãos públicos e da sociedade civil. Já a subversão remete ao método de formulação e à substância deste marco regulatório, que deve considerar o interesse público como prioritário, o que, por incrível que pareça, não é a tradição deste país".




quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Obras de maquiagem

Lendo a matério publicada na Carta Capital de autoria do Dep. Jean Wyllys (leia aqui) penso não apenas nos muros, mas também nas grandes obras de "maquiagem" que acontecerm na história do nosso país.
Quer outros exemplos além do muro que (entre outras funções) esconde o Complexo da Maré no RJ?
Olha aí:

A Revolta da Vacina (1904), você deve ter aprendido sobre ela na escola (se não dormiu nesta aula). Ainda bem que sempre tive ótimo professores de história. Que sempre se preocuparam em apresentar o contexto histórico e não apenas o fato em si. E por isso eu constantemente lembro os detalhes desta revolta, pois mesmo que tenha acontecido no século passado ainda é atual, se levarmos em conta que isso continua acontecendo. Bom, deixem explicar minhas palavras.
A revolta da vacina não só vacinava à força toda a população como também foi responsável pela "reforma urbana" que destruiu todos os casebres, cortiços e casas simples do centro do RJ e da toda a orla expulsando os "pobres" da parte nobre da cidade que só manteve as devidas mansões e prédios históricos.
Rezam as más linguas que esta não foi a origem (pois isto já vinha se formando à muito tempo), mas foi um dos catalisadores para o aumento das favelas nas encostas dos morros.

Agora quer um paralelo recente?

Obras do Sambódromo da Sapucaí. A remoção da favela do Sambódromo faz parte do projeto da prefeitura de revitalização e ampliação da Marquês de Sapucaí até o carnaval de 2012. Os moradores estão sendo retirados de suas casas para serem "relocados" para um consomínio em Campo Grande. E agora eu repito o que a moça diz na reportagem: "Povo pobre só pode morar lá longe? porque não pode morar no centro?" Porque não realocar milhares de pessoas que vivem nas encostas dos morros com risco iminente de desmoronamento?


E é nossa hora que concordo com o paralelo feito pelo Deputado com o filósofo Zizek dizendo que isso é um ato facista (consciente ou não por parte de quem o executa), pois os próprios moradores que não são filófos, psicanalistas e intelectuais em geral também percebem isso.

Essas obras de maquiagem acontecem em todo o país em diferente escala, mas são claramente vistas no RJ pela necessidade dos governantes manterem vivo o turismo na cidade. Mas todas elas tem a mesma finalidade: Excluir, desestruturar e empurrar os problemas da sociedade menos favorecida para longe dos grandes centros, marginalizando-os (literalmente).

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Documentário sobre o 11 de Setembro no Chile em 1973



Acabo de assistir a este documentário e não consigo conter a lágrimas e o amargo que desce pela minha garganta. Dói no meu peito e por mais que pareça não é drama. É desgosto, revolta, tristeza e admiração, pelas milhares de pessoas que foram mortas pelos seus ideiais.


E o que me dói mais é saber que isso aconteceu em todas as ditaduras do cone sul e também no continente velho que sempre se acreditou superior aos latinos.


Penso nas milhares, milhões de pessoas que morreram por suas crenças, princípios e forma de viver seja nas ditaduras que aconteceram aqui na América Latina financiadas pelos EUA, seja na Europa pelo holocausto ou o facismo.


E me entristece saber que até hoje alguns idolatram a ditadura civil-militar que aconteceu no nosso país, ou ainda pior as idéias difundidas por Hitler, Franco, Mussolini e outros ditadores, extremistas. Pessoas que acreditavam ser enviados de Deus portadores do poder supremo e da verdade absoluta, que se banharam do sangue de tantos inocente, militantes, trabalhadores e homossexuais...


Quando será que todos irão evoluir para entender que só existe uma raça, que é conhecida como humana? E quando de fato todos os seres serão humanos?