Texto publicado dia 20/11/13 no site Parada Lésbica http://paradalesbica.com.br/2013/11/dia-da-consciencia-negra-e-votacao-do-plc122/
Hoje Dia da Consciência Negra (20 de
Novembro), é uma dia para se lembrar da dívida histórica que temos com o povo
negro. Dívida sim! Presente no nosso cotidiano quando os números de várias
pesquisas mostram que os negros recebem menos que os brancos e que a juventude
negra está sendo exterminada.
“De
acordo com o estudo ‘A cor dos homicídios no Brasil’, feito pelo coordenador da
área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana (RJ), Júlio Jacobo
Waiselfisz, de 2001 a 2010, a morte de jovens brancos no país caiu para 27,1%,
a morte de jovens negros cresceu para 35,9%”.
Se o racismo tão negado pela sociedade
brasileira faz isso com a população negra, o que dizer das mulheres negras?
Segundo pesquisa do IPEA em parceria com a
UNIFEM as mulheres negras estão expostas a “múltiplas formas de discriminação
social (...), em consequência da conjugação perversa do racismo e do sexismo,
as quais resultam em uma espécie de asfixia social com desdobramentos negativos
sobre todas as dimensões da vida” (Revista Estudos Feministas).
Os dados da violência contra a mulher dão um
exemplo deste citado “desdobramentos negativos”, quando mostram que 61% das
mulheres assassinadas são negras.
Mas não paremos aí, se estamos falando na
somatória das mais variadas formas de discriminação e preconceito, precisamos
falar das mulheres negras lésbicas ou bissexuais. Que são atingidas de maneira
cruel por uma sociedade que invisibiliza a violência praticada dia a dia contra
elas, seja através da exclusão, falta de oportunidade de estudo e emprego, e
também presente no padrão de beleza branco que não as reconhece.
Por isso esta data é tão importante para a
conscientização da sociedade, para o empoderamento da população negra e
reconhecimento de sua história não como “a parte” do Brasil, mas como pilar
fundante deste país.
E esta data tão simbólica também é o dia em
que mais uma vez o PLC 122 (projeto que equipara a homofobia ao crime de
racismo) foi colocado em pauta para votação do Senado, mas por pressão da
bancada evangélica foi retirado.
Continuamos na luta!
Viva Zumbi! Viva Dandara!
Viva Éllen Oléria!